Um espaço para discussão de Matriz de Camaragibe

PARA REFLETIR...

Somos o que fazemos, mas somos,
principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. (Eduardo Galeano)


HISTÓRIA DE MATRIZ DE CAMARAGIBE

ORIGEM DE MATRIZ DE CAMARAGIBE: UMA LENDA QUE SOBREVIVE*
Diz a lenda que por volta de 1686, um morador do Alto do Outeiro, um dia foi à capela e não encontrou a imagem do Bom Jesus, alarmado, julgou que alguém o tivesse roubado. Mas, ao olhar o chão, viu algumas pegadas pequenas e foi andando de acordo com o rastro dos pés, só parando em um pé de jitó no meio da mata próximo à moradia do Sr. Gonçalo Moreira. Logo, ao constatar que o Bom Jesus estava no pé de jitó, o morador do Alto do Outeiro subiu e tirou o santo, levando-o para a capela de origem. Vários dias depois aconteceu o mesmo fato, então, o morador levou-o ao conhecimento do dono das terras – Capitão José de Barros Pimentel – que, decidiu doar aquelas terras para que a cidade fosse ali edificada entendendo ser a vontade do santo, representada pelo fato dele ter “andado” de um lugar para o outro, indicando o melhor lugar para erguer a cidade.



Tendo como ponto de partida as informações acima referidas, trazemos à luz da discussão as seguintes indagações: que interesses influenciaram a doação das terras do engenho de Baixo? (denominado também à época Engenho do Meio e atualmente Fazenda Bom Jesus). Ao invés de doar terras onde já havia início de povoação e progresso para edificar a cidade, por qual razão foi doada uma parte da terra entre alagadiços e onde havia somente um único morador? Por que, conforme a tradição oral, existe uma lenda sustentando a versão da preferência do santo em edificar a cidade entre alagadiços? O modo como se originou a cidade influencia na vida da sua população atualmente?



Não poderemos responder tais questões, mas, ao menos, podemos levantar indicativos das reais razões. A título de hipótese, ponderamos que em razão dos envolvidos na doação das terras e dos resultados que dela se verificam hoje, houve uma forte influência do poder econômico vigente e interesses em manter a população em uma área pouco privilegiada, em detrimento do crescimento econômico destes.



No período a invasão holandesa (meados do século XVII) a Igreja Católica compartilhou com os senhores de engenho de todas as decisões para enfrentar as dificuldades oriundas da invasão holandesa, visto que os holandeses adotavam outra denominação religiosa, o calvinismo, considerado pelos católicos como heresia. Portanto, eram rivais do catolicismo. Esta situação propiciou condições para uma aproximação mais forte entre os senhores de engenho e a igreja Católica, o que politicamente podemos chamar de aliança contra os holandeses, os quais, não tinham sintonia religiosa com o credo romano. Porém, graças à chegada dos batavos a Pernambuco, foi instituído no Brasil a liberdade religiosa, pois até então o catolicismo é quem monopolizava.



Mesmo que tivéssemos a confirmação da veracidade da lenda, o quadro conjuntural na época da doação demonstra que a origem da cidade seguiria os caminhos que nos trouxe à atual realidade. Neste contexto, não podemos deixar de salientar dados importantes contidos na carta de doação que em um de seus trechos deixa claro que, além da terra doada ser ilhada, habitava nela um único morador, o que nos leva a constatar que se o local fosse mesmo bom para erguer povoação, haveria muitos moradores e não apenas um único, nem seria localizado entre os alagadiços, lagoas e o rio Camaragibe onde nos períodos chuvosos fica ilhado. Sendo assim, podemos inferir que as decisões referendadas pela aliança entre os colonizadores portugueses e a igreja Católica naquele período, eram tomadas levando-se em consideração seus próprios interesses e os problemas enfrentados no momento. Desconsideravam-se as conseqüências para os futuros moradores.





*Texto de Mário Galdino, extraído do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura Plena em História - Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul – FAMASUL, Palmares/PE, apresentado em dezembro/2009.



* Ver artigo sobre a origem de Matriz de Camaragibe em tópico específico.

7 comentários:

  1. Sr. MARIO NÃO SEI SE PODE ME AJUDAR ESTOU PROCURANDO ALGUNS FAMILIARES DO MEU PAI(JOSE ANTONIO DA SILVA)AI DA CIDADE OS NOMES SÃO (MANOEL ANTONIO DA SILVA, ANTONIO MANOEL DA SILVA, MARIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, ETELINA E JASMILINA) FILHOS DE FRANCISCA LUCIANA DA CONCEIÇÃO SE PUDER ME RESPONDER AGRADEÇO DESDE JA. BARCAM21@GMAIL.COM
    *SEUS ARTIGOS SÃO MUITO BONS, PARABENS....

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  2. Também penso que foi uma jogada de interesse entre portugueses e a Igreja Católica
    Muito boa essa matéria, parabéns!

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  3. Ainda não havia visto seus artigos, eu adorei, é o máximo!!!!!!

    Estás de parabéns

    Abraço

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  4. Gostei muito,sua linha de raciocinio estar muito clara,e até suponho que tudo não passou de um jogo,jogo esse é que os interes de cada um era apenas se dar bem naquele momento ou época.

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  5. A minha profª de matemática ja tinha contado esta história mais ñ taõ clara como a sua ja imprimir a sua e vou levar pra sala de aula para ser repassada praus meus colegas pôis tem muitos matrizenses que ñ sabem a historia de sua prpria cidade´.

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  6. Olá! Procuro meus familiares em Matriz de Camaragibe. Um deles é Ednaldo Ferreira, filho de Cícero Emidio Ferreira e Iraci Severo Ferreira, irmão de Luís Fernando.
    Favor, entrar em contato por ligação ou Whatsapp:
    (81) 99166-0108

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  7. Olá! Procuro meus familiares em Matriz de Camaragibe. Um deles é Ednaldo Ferreira, filho de Cícero Emidio Ferreira e Iraci Severo Ferreira, irmão de Luís Fernando.
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    (81) 99166-0108

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