Um espaço para discussão de Matriz de Camaragibe

PARA REFLETIR...

Somos o que fazemos, mas somos,
principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. (Eduardo Galeano)


domingo, 29 de abril de 2012

CONHECER NOSSA HISTÓRIA É TRANSFORMAR NOSSA VIDA

Entrevista para Rádio Camaragibe FM 87.9. Em 25/05/2011, por ocasião da proximidade da data da doação das terras que deram origem à cidade de Matriz de Camaragibe.


Agradecimentos ao programa Sinteal em Ação, que tem caráter informativo e educativo, que vai ao ar todas as quintas-feiras, das 12:00 as 13:00 horas, sob o comando da professora Ana Gomes e do professor Valdemir, na Camaragibe FM 87.9, Um novo jeito de comunicar. Na seqüência, postamos os principais trechos da segunda entrevista que debateu, entre outras questões, os interesses e conseqüências da doação das terras, as quais foram edificadas a cidade de Matriz de Camaragibe, no dia 24 de maio de 1686.
Mário Galdino e Ana Lúcia durante entrevista em 25.05.2011

Ana Lúcia: Que interesses influenciaram a doação das terras ao Bom Jesus, na beira do Rio Camaragibe, ao invés de ser no Alto do Oiteiro, onde não há enchente?

Mário Galdino: Lembrando o contexto histórico do momento da doação das terras, a sociedade brasileira era organizada, sendo a maioria da população escrava, ou seja, completamente diferente da realidade hoje. Então, não se tinha facilidade de mobilização, não havia muitos meios de se reivindicar e questionar as coisas. A sociedade, basicamente, era um triângulo formado pelo senhor de engenho, a igreja e a senzala. A grande maioria era escrava, portanto, não tinha força política para questionar qualquer coisa que fosse. É importante também lembrar que quando se buscar descobrir o que houve no passado, não é para condená-lo e sim estudá-lo e desvendar o que houve nele, para que não se condene o presente, porque o presente é o tempo e o momento que estamos construindo. Evidente que tudo que aconteceu no passado, influencia nos dias de hoje e assim aconteceu quanto aos interesses que houve naquela época para que as terras fossem doadas próximas ao rio, apesar de iniciativas de formação da cidade na parte alta, foi preferível se doar as terras localizadas numa faixa entre alagadiços.

Acrescente-se a esse contexto, o fato da nossa capitania ter sido invadida pelos holandeses, por uma questão simples ou complicada na época, Portugal estava sob o domínio da Espanha e isso mexia com os interesses comerciais da Holanda. A Espanha forçava Portugal a dirigir os destinos de tudo o que se produzia aqui na colônia. Naquele período uma colônia era submissa comercialmente à sua metrópole. Em termos de comparação, hoje a Argentina e Brasil são parceiros comerciais e a Argentina, por alguma razão, resolve aumentar os impostos dos produtos comercializados no Brasil por sua necessidade. O Brasil, em contrapartida, também resolve fazer suas sanções contra a Argentina. Hoje isso tudo é permitido por que há uma relação de igual soberania entre esses países, mas, naquele período não era assim. A metrópole dizia ao Brasil como era pra ser e a quem deveria vender, ou seja, era uma relação de submissão, não havia ainda um comércio baseado no capitalismo, era um comércio mercantilista onde a base dele era o acúmulo de metal (ouro ou prata). Portugal estava em decadência econômica por conta dessa situação da Espanha e por conta da ocupação holandesa em Pernambuco, então, a única maneira de encontrar recursos para sair da crise ou para atender a demanda que era necessária lá, era se plantando mais cana. Naquele período não havia a tecnologia de hoje e, conforme é ressaltado pelo professor Cícero Péricles, doutor em economia, (cujas obras foram estudadas para fundamentar o trabalho), um engenho de cana era o empreendimento comercial mais caro da época e a cana-de-açúcar era como se fosse o petróleo hoje. A ordem de Portugal, enquanto não se achava ouro no Brasil, era que se plantasse o máximo de cana possível e como não existiam vários tipos de mudas de cana (nós passamos quase 300 anos com o mesmo tipo de cana), a falta de tecnologia, de avanço e estudo propiciou essa situação e a ordem era aumentar a produção e estender a plantação da lavoura e isso precisava ser feito, mesmo que tivesse de mudar a comunidade de lugar, pois na parte baixa da cidade não era um bom lugar para o cultivo da cana por conta da abundância de água provocada pelas cheias.

O nosso estudo parte dessa ideia, relacionando o que vem sendo contado ao longo dos 300 anos (porque é que a cidade veio pra cá, lendas e etc.) e o que não é lenda como a situação econômica que está escrita e registrada de várias formas na literatura nacional. Diante disso, podemos dizer que o que influenciou fortemente a cidade ser construída entre alagadiços próxima ao rio e não na parte alta conhecida como Oiteiro foi a dificuldade econômica da Metrópole, que fez com que os proprietários de terras da então colônia, transferissem possivelmente de um lugar para o outro a cidade, sendo configurado nisso um ponto importante e significativo. Uma reflexão é pertinente fazer: por ser proprietário legítimo, o Cap. José de Barros poderia doar a terra no lugar onde quisesse e onde lhe fosse mais conveniente. Nos dias atuais, muita coisa foi construída com o dinheiro público, não foi com o dinheiro da iniciativa privada, então, é preciso atentar para essa grande diferença de ontem para hoje.

Valdemir: Quais as conseqüências da doação das terras nos dias de hoje?

Mário Galdino: É impossível que as coisas que aconteceram no passado não influenciem no presente. Fatalmente o que está sendo feito pelos homens hoje, descobertas e estudos terão conseqüências para as pessoas no futuro. Naquele período, muita coisa não era estudada como agora. Por exemplo, as discussões sobre ecologia, meio ambiente, impacto ambiental, a forma como se estuda a importância das águas. A 300 anos atrás era completamente diferente do conhecimento e informações que temos hoje e como todas essas coisas estão sendo importantes para a sociedade. Portanto, naquele momento histórico, as coisas foram resolvidas da melhor forma. Hoje a gente não pode mais agir do mesmo jeito porque a sociedade hoje é outra. A sociedade se organiza de forma diferente, as pessoas pagam impostos, temos entidades e instituições criadas para defender o interesse público, como promotor, juiz, advogado, várias instituições religiosas, escolas, sindicatos, associações de moradores, os poderes constituídos: legislativo, executivo e judiciário. Tudo isso temos na cidade funcionando em pleno vapor.

No momento da doação das terras, pra poder sair de uma situação de crise, foram doadas terras num lugar difícil. O tempo passou, avançou e, por um determinado período, foi possível sobreviver aqui. Mais, quanto mais passou o tempo, quanto mais a cidade cresceu, as coisas foram tomando uma dimensão que é necessário e é preciso se tomar outras providências e isso não aconteceu. Há algumas situações que lembram bem essa trajetória de transferir o povo de um lugar para outro para que ele possa fazer moradia e criar seus filhos e viver com sua família. Por exemplo, nós temos aqui uma comunidade chamada Alto do Céu próxima ao Alto da Bica, onde a maioria das pessoas, infelizmente, ainda não tem acesso ao conhecimento e tem um nível baixo de escolaridade. Mesmo assim, esse pessoal, na hora de construírem suas casas, intuitivamente, para se proteger, escolhem um lugar onde a enchente não chega. Aí o que é que ocorre? O dinheiro público chega no município destinado à fazer casas para a população, e, ao invés de se viabilizar melhorias e condições para se fazer casas decentes em um lugar longe da cheia onde eles, por intuição, escolheram, os engenheiros e secretários determinam que sejam feitas as casas populares às margens do rio e trazem a população da parte alta da cidade para morar na margem do rio. Isso é a conseqüência!!! Você percebe que não são apenas as casas que foram construídas na FUSAL, do outro lado da FUSAL também tem uma série de casas feitas assim.

Tem outra comunidade num conjunto que a igreja católica chama de Comunidade Dom Bosco e o povo apelidou de Toca da Gia, que é a mesma coisa: um lugar péssimo para construir casas. A gravidade da questão é que não se trata de tirar o povo de uma fazenda e colocar em outra fazenda, é o dinheiro público!!! Alguém recebe e ganha bem para administrar esse dinheiro e faz dessa forma. No caso do Alto da Bica, mais precisamente o Alto do Céu, como na época as casas não foram suficientes para todas as famílias, uma parte foi morar em casas alugadas, mas, com o passar do tempo, depois da grande cheia, os aluguéis deixaram de ser pagos e hoje, infelizmente, o povo voltou pra lá e está completamente lotado novamente. Então, é por isso que é preciso fazer o debate, é por isso que é preciso compreender quais são as conseqüências, é por isso que se acredita que se a história for discutida na sala de aula e todo mundo tomar conhecimento, na hora em que uma obra dessas for feita, as pessoas terão como fazer a discussão, questionar, contestar o porquê de não poder ser feita em outro lugar.

Não é surpresa mais pra ninguém o debate sobre ecologia, meio ambiente, impacto ambiental. Todo mundo sabe que o rio Camaragibe hoje não é importante só para a nossa cidade; não é importante só para o nosso estado, para a nossa região, para o nosso país, o rio Camaragibe é importante para o mundo! Então, você não pode fazer uma obra no rio que coloque em risco a vida das pessoas, que tenha um impacto ambiental danoso, que coloque em risco a pureza das águas. Tem casas que foram feitas, por exemplo, com a fossa construída à margem do rio e quando o rio enche, leva a fossa. É fundamental que a gente reescreva a história, releia, rediscuta, que ela vá para as escolas. Graças a Deus, hoje existe uma proposta de universalizar a educação, ou seja, todo mundo deve ir à escola, então, se todo mundo vai pra escola, é bom que comece conhecendo a nossa história, a história do lugar que a gente vive, a história da rua e do bairro que a gente mora e, somente depois, conhecer as outras histórias, e não o contrário.

Ana Lúcia: Quando o Capitão José de Barros resolveu doar as terras, num momento em que se vivia a escravidão, foi um ato louvável, reconhece-se. Mesmo diante de toda a modernidade, das tecnologias inseridas hoje nas escolas, como você vê a ausência da história de Matriz ou a história das cidades nos currículos escolares?

Mário Galdino: Primeiro a gente precisa compreender que é importante que tudo que fosse ensinado nos currículos escolares tivessem uma ligação profunda com o dia-a-dia dos alunos, do lugar onde a pessoa vive, isso é fundamental. Claro que a educação é coordenada, dirigida e tem interesses, vários interesses, não adianta a gente esconder, colocar isso pra debaixo do tapete. Vários autores defendem que é a partir do cotidiano dos alunos que devem ser estudadas todas as outras coisas. O aluno não pode estudar um assunto sem acreditar que aquilo não tem nada haver com ele. No caso da história, não dá pra estudá-la achando que é apenas pela importância do passado, é preciso estudá-la fazendo uma relação com o que estar se vivendo hoje. Na hora que é feita essa relação, passa-se a ter outra visão, a ter outro interesse naquilo que está sendo estudado, caso o contrário, o aprendizado fica difícil.

A educação pode seguir duas vertentes: 1) manter as coisas como estão e apenas reproduzir e 2) transformar as vidas das pessoas. Tudo vai depender do modelo que se quer seguir. Foi exibida uma reportagem recentemente sobre duas escolas: uma altamente equipada, com espaços enormes, mas, seu nível do IDEB baixíssimo; a outra com instalações precárias, sem estrutura nem recursos tecnológicos, porém, seu índice de IDEB acima da média no Brasil. Segundo a explicação do diretor, essa escola funcionava com todo o seu corpo de profissionais (coordenadores, professores e diretores) como uma equipe. A diferença entre um grupo que é controlado, dirigido e dominado num estabelecimento de ensino e uma equipe é que quando o trabalho é feito em equipe, todo mundo está unido para pensar juntos nas soluções e fazer um programa curricular onde seja discutido e valorizado o aspecto da transformação da vida dos alunos e, às vezes, nesse caso, até enfrentar as ordens, porque não é a toa que a gente não vê a história dos municípios nas escolas. Acredito que, a partir do momento em que o aluno começar a conhecer sua história, vai questionar, vai querer saber por que e a quem interessa, a quem prejudica ou é favorável as medidas que estão sendo tomadas para aquelas coisas que estão sendo feitas. As pessoas, minimamente, todas que estão na administração tem conhecimento disso, sabem muito bem disso, aí, é interessante que a população passe a atuar dessa forma ou não?

Quando a escola e as pessoas que fazem a educação começarem a discutir e trabalhar na perspectiva de transformar, não vai ter outro caminho senão partir logo pra conhecer: onde é que estou? Qual é a minha história? O que é que estou fazendo aqui? O que houve no passado, para as coisas estarem assim hoje? Tem que haver uma quebra da lógica individualista de que é bastante apenas o meu bem estar e o da coletividade não. Porque o que fizeram no passado, deu problema para nós hoje, e se continuarmos com o ciclo vicioso, provavelmente, serão nossos sobrinhos, nossos filhos, nosso netos, ou seja, serão pessoas bem próximas de nós à sofrerem as conseqüências. É urgente o debate. O programa Sinteal em Ação está de parabéns em dar a oportunidade e provocar debate no campo educativo em uma emissora de rádio, isso é muito importante!

O nosso trabalho é incompleto, está iniciando ainda, é preciso que mais pessoas façam esse estudo para poder encontrar uma maneira de unir conhecimentos e as descobertas e ter um material preparado para que a gente possa oferecer às grades curriculares e os alunos possam ter conhecimento da forma mais didática possível da história da sua cidade.

Não resta dúvida que todas as coisas que aconteceram na construção da nossa cidade, partindo do momento que a gente define como sua origem: a doação das terras, tiveram conseqüências nos dias atuais. Fizemos uma viagem relacionando a história que se conta e a história econômica para ter uma explicação sobre as conseqüências, em função de tudo que acontece periodicamente na nossa cidade, em relação às enchentes. Precisamos estudar, aprender a lição e não deixar pra reconstruir a cidade num momento de uma catástrofe. Isso é um investimento e vale a pena fazer o debate porque o que agente tá pensando é a mesma coisa do SINTEAL: qualidade de vida. É possível porque nós estamos vivendo em um período em que as pessoas não são mais escravas, as pessoas hoje trabalham, recebem e pagam impostos e o dinheiro dos impostos é administrado e quanto ao dinheiro público devemos conhecer seu destino com transparência e informação. A escola tem o papel de mostrar o lado científico da história, do conhecimento e sair da versão conservadora, porque as transformações estão aí e não tem como a gente negar.



sábado, 7 de abril de 2012

A DROGA TORNA O ATO DE MATAR TÃO NATURAL QUANTO O DE NASCER!

Matriz registra dois homicídios em menos de 48 horas”. A manchete do dia 30 de março, nas páginas do jornal Gazeta de Alagoas, parece aguardar o momento para registrar um número ainda maior de homicídios no mesmo espaço de tempo ou num período ainda menor. Neste ritmo, é como se não restasse alternativa aos habitantes de Matriz de Camaragibe, que acompanha atordoados os crimes cometidos contra nossa população, especialmente os jovens.

A história recente de Alagoas é marcada pela institucionalização da violência. Os crimes políticos e de mando, muitos deles atribuídos a gangue fardada, como também aqueles elucidados pelas operações da Policia Federal são péssimos exemplos de crimes praticados por homens públicos que tornam a violência algo institucionalizado e, como se não bastasse, em sua maioria, os acusados acabam impunes.

Com a violência campeando nas instâncias públicas, como nos casos Dimas Holanda, Ricardo Lessa, Silvio Viana, Ceci Cunha, Coronel Cavalcante, Operação Gabiru (Cícero Cavalcante, Marcos Paulo entre outros), só pra citar alguns exemplos de vitimas e réus ligados à elite política alagoana. Se não há nenhuma garantia de segurança e punição para esses, imaginemos como se torna normal para traficantes cometer crimes de morte contra o cidadão comum.

A droga torna o ato de matar tão natural quanto o de nascer! Um dos vieses da violência que se aflora em Matriz de Camaragibe, tem origem no tráfico de drogas. O jovem pobre dependente acaba por se endividar com os traficantes, aí o caminho é sem volta, pois, no “SPC” do tráfico uma das formas dos usuários saldar seus débitos é com a própria vida e, neste quesito, os traficantes não perdoam, são implacáveis e utilizam o método como exemplo para que outros clientes não deixem de honrar suas dívidas.

Em Matriz de Camaragibe, onde a maioria absoluta da população é considerada de baixa renda, o destino dos que caem na armadilha dos traficantes é o encontro mais cedo possível com a morte, pois, a condição de pobreza leva, inevitavelmente, o usuário para a criminalidade para poder satisfazer seu desejo. Como raramente esta alternativa é bem sucedida o resultada é prisão, endividamento e, consequentemente, a morte. Aqueles que conseguem manter o vício através destes métodos, morrem pelo uso cotidiano das drogas.

Alem da violência criminosa a droga traz consigo a violência psicológica. Algumas mães relatam que tem que esconder os filhos em fazendas ou ainda, ao visitarem os que se encontram presos, estes questionam se elas estão providenciando dinheiro para pagamento das dívidas, caso contrário, morrerão ao saírem da cadeia.

As consequências fatais provocadas pelo tráfico em nosso município são confirmadas pelo delegado Valdir de Carvalho, que quando do assassinato de José Wellington dos Santos, 29 anos, também conhecido como “Fefeque”, afirma na matéria jornalística supracitada, que “Já temos os caminhos para elucidar esse crime. Foi envolvimento com o tráfico, sem dúvidas”.

Diante da inoperância dos governos estadual e municipal, evidencia-se a necessidade de reagir das famílias, das igrejas, das ONG’s e outras entidades comprometidas em combater este tipo de violência, no sentido de cobrar dos governantes a implementação de políticas públicas voltadas para solucionar tal empreitada.

Fefeque era irmão do Gerimauro, o primeiro teve um destino trágico, o segundo é conselheiro tutelar pela segunda vez, onde foi o mais votado nas duas eleições que disputou. Os dois nasceram e cresceram sob os cuidados da família e chegaram à idade adulta passando por dificuldades e, mesmo tendo trilhado caminhos tão diferentes, até então foram igualmente vitimas do desgoverno em nosso município, nas duas ultimas décadas, principalmente pela falta de políticas públicas que coloquem a juventude como protagonistas num cenário municipal que privilegie seu crescimento pessoal e profissional.

O momento que o povo camaragibano atravessa é muito delicado. A cidade às vésperas de completar 54 anos de emancipação, os administradores atuais, executivo e legislativo estão no comando do município por mais de um terço deste período, ou seja, estamos há quase duas décadas sem mudança significativa no perfil dos nossos gestores, este contexto denuncia a incompetência e conivência de prefeitos e vereadores com a realidade enfrentada pelo povo de Matriz de Camaragibe.

O quadro violento e a falta de credibilidade nas instâncias governamentais, em alguns momentos históricos inibem a mobilização popular, mas, não podemos esquecer que estamos num ano eleitoral onde, democraticamente, podemos nos mobilizar e demonstrar toda nossa insatisfação através do voto, de forma secreta e, ainda registrarmos o nosso desejo de mudança por melhor qualidade de vida e cidadania.