Um espaço para discussão de Matriz de Camaragibe

PARA REFLETIR...

Somos o que fazemos, mas somos,
principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. (Eduardo Galeano)


terça-feira, 23 de março de 2010

Paralisação das escolas em defesa do piso nacional

Na luta pela implantação do piso salarial da categoria os professores do Brasil e de Matriz de Camaragibe paralisaram suas atividades nesta terça-feira dia dezesseis. Com adesão total do pessoal de apoio, todas as escolas do município fecharam suas portas demonstrando o sucesso do movimento.
Na assembléia que aconteceu em Matriz de Camaragibe no dia anterior ao movimento, além da paralisação, a categoria também referendou a criação de uma comissão para entregar três ofícios na Prefeitura, com cópias para Câmara Municipal e Secretaria de Educação. Neles, se requer implantação do piso salarial, regularização do terço de férias e a formação do pessoal de apoio, no sentido de qualificá-los para se tornarem profissionais da educação.
Nesta luta a participação da sociedade é de fundamental importância, pois algumas personalidades estão contrárias a esta conquista dos professores, como é o caso do ex-governador do DF José Roberto Arruda – DEM e dos governadores do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, todos do PSDB. Precisamos acompanhar a posição dos prefeitos, vereadores e secretários de educação em relação ao piso nacional do magistério. A sociedade camaragibana deve ficar atenta à luta dos educadores do nosso município e ao comportamento dos gestores locais.
A implantação do piso salarial em todos os municípios do país trará um ganho político bastante significativo, pois, será o ponto de partida na unificação da luta dos professores por salários dignos e capacitação profissional, o que influenciará diretamente na qualidade de ensino. Daí, esta luta não interessar apenas a categoria da educação, mas, a toda sociedade que precisa se unir às mobilizações.

segunda-feira, 15 de março de 2010

As consequências da impunidade

”De 2007 até junho de 2009, em Alagoas ocorreram 4.832 assassinatos. Nunca se matou tanto em Alagoas.” O trecho com que abro essa nota é uma das manchetes da Folha Urbanitária, edição Nº 185, de 05 de março de 2010. Infelizmente, Matriz de Camaragibe não foge à regra e contribui de maneira lamentável com essas estatísticas.
No segundo final de semana do mês de março, posterior às comemorações do dia internacional da mulher, aconteceram dois casos de violência em Matriz de Camaragibe, que explicitam o descaso com a questão dos direitos humanos em relação às mulheres. No primeiro caso, dois membros da Guarda Municipal espancaram em praça pública uma jovem embriagada, só parando com a chegada da Polícia Militar ao local; o segundo caso, acabou em assassinato, o sobrinho matou o tio. Segundo comentários, o motivo que o levou a cometer o crime foi porque o falecido batia na mãe.
A brutalidade cometida pelos membros da Guarda Municipal com a mulher embriagada teve um desfecho imoral. A impunidade mais uma vez imperou. O padrinho dos que assim agem em nosso município, o atual Prefeito de “matriz do quitunde” mais uma vez abusou de sua autoridade e, depois de uma conversa com o delegado, afastou todas as possibilidades de apuração de responsabilidade, em relação ao caso. Todas as pessoas que acompanharam o fato, desde o primeiro momento em praça pública, até a chegada na delegacia, foram convidadas a retornarem às suas casas, garantindo assim a impunidade dos guardas que na pressão dos acontecimentos chegaram a confessar que eram reincidentes.
Quando a principal liderança política de uma região ou município usa sua autoridade para garantir a impunidade de agentes que, deveriam dar o exemplo de respeitar e se dar o respeito, diante da sociedade e não o fazem, podemos afirmar, com convicção que atitudes desta natureza estimulam outras. Em momentos de desespero ou não, induzem algumas pessoas à praticar arbitrariedades e até crimes, pois, sabem que pela troca do voto, vão ter sempre quem os proteja. Provavelmente, se a garantia da impunidade não reinasse em nosso município o “tiquinho” não teria sido assassinado pelo sobrinho, pois, se ele vinha cometendo algum delito caberia as autoridades agirem dentro da lei, visto que não se deve fazer justiça com as próprias mãos!
Penso que ninguém tem o direito de tirar a vida do outro. No entanto, a certeza da impunidade nos faz parecer que vivemos num regime onde existe a pena de morte. O que houve com a jovem naquele sábado a tarde era caso de saúde publica e não de policia! O papel da Guarda Municipal era levá-la ao hospital e não a delegacia. Se houvesse punição para os criminosos sem distinção, provavelmente, no domingo a noite o sobrinho não teria assassinado o tio. Agora isto é passado, mas, com a garantia da impunidade, inesperadamente pode acontecer com qualquer um de nós. Até quando vamos aceitar governantes cúmplices destas barbaridades?

quarta-feira, 10 de março de 2010

8 de março: homenagem tardia e falha

Sob a presidência da deputada Flávia Cavalcante a sessão ordinária do dia nove de março homenageou a mulher camaragibana, mas se depender das duas principais lideranças do município que, por acaso, são representantes do sexo feminino e da Câmara de Vereadores, as mulheres de Matriz de Camaragibe estão “perdidas e mal pagas”.
Em sua fala de abertura, mesmo demonstrando algum conhecimento a respeito da luta das mulheres por melhor qualidade de vida ao longo da história, até porque, segundo ela mesma, no dia anterior participou também de uma homenagem as mulheres na Câmara Municipal de São Luis do Quitunde, com presença da senadora Heloisa Helena. A deputada não teve o menor constrangimento de confessar que foi convidada de última hora. Confissão surpreendente, pois achávamos que por ser ano eleitoral a iniciativa havia partido dela. Mas, como ela mesma confirmou: a mulher camaragibana não estava na sua agenda.
O que seria para ser o ponto alto das homenagens passou despercebido, o oficio do SINTEAL lido pela representante da entidade Ana Gomes, que pleiteava a regulamentação da lei de licença maternidade por parte da câmara municipal, foi comentado em burburinho apenas por alguns presentes no plenário, as autoridades, e não eram poucas, fizeram ouvido de mercador.
A última oradora foi a prefeita, que fez um discurso que, se fosse combinado, talvez não tivesse tanta sintonia com a fala da deputada. Pediu desculpas por não ter preparado nada para o dia das mulheres, pois, as festas de carnaval que se prolongaram por quase um mês a deixaram cansada, disse também que não tinha pretensão de marcar sua gestão como a melhor prefeita, mas, o que queria mesmo era ser respeitada. Mas, a prefeita não tem o que reclamar, pois, contrastando com o significado do dia, sua fala foi digna de “vaias”, o que não aconteceu. No entanto, terá verdadeiramente o respeito do povo de MATRIZ DE CAMARAGIBE se governar o município com altivez, autonomia e independência e não sob o comando do prefeito de “matriz do quitunde”.
Por tudo isso, lamentamos a indiferença das autoridades com o 8 de março e, parabenizamos todas as mulheres camaragibanas que, com certeza, merecem representantes mais atentas e dedicadas, como é o caso das COMPANHEIRAS do SINTEAL.
FELIZ DIA, SEMANA E MÊS DAS MULHERES!!!!!